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Leishmaniose: saiba mais sobre essa doença

Saúde Animal

Kadigia Pitol Dutra Médica Veterinária – CRMV 14276 Promotora Técnica Intersul / MSD Saúde Animal

A Leishmaniose é uma zoonose causada pelo protozoário do gênero Leishmania que é transmitido pela picada de mosquitos palha infectados. Afeta seres humanos, animais domésticos e silvestres também. Segundo dados dos Médicos Sem Fronteiras, é uma das mais perigosas doenças tropicais negligenciadas (DTNs) e, por isso, é uma das doenças parasitárias que mais mata no mundo.

Como acontece a transmissão da Leishmaniose?

Dentre os vários flebotomíneos que são vetores da Leishmaniose visceral no nosso país o mais importante é o Lutzomia longipalpis. São mosquitos que iniciam suas atividades ao anoitecer e quando amanhece eles diminuem a atividade novamente. Eles põem os ovos em locais ricos em matéria orgânica e úmidos.

A transmissão do protozoário pode acontecer também por via transplacentária, venérea e pela doação de sangue, mas estas formas de transmissão são epidemiologicamente menos importantes do que a feita pelo vetor. Antigamente era considerada uma doença de lugares rurais ou pobres, mas hoje em dia sabe-se da “urbanização” da Leishmaniose, ou seja, ela vem aparecendo cada vez mais nos grandes centros urbanos, com um aumento da dispersão territorial no Brasil ao longo dos anos.

O cão é o principal reservatório doméstico da doença, sendo um sentinela da infecção em humanos, ou seja, em áreas onde há a doença é no cão onde a infecção irá se apresentar primeiro. E muito importante: para cada cão que apresenta sintoma clínico da doença (sintomáticos), existem cinco assintomáticos (não apresentam sintomas), e mesmo estes assintomáticos conseguem continuar a cadeia de infecção, contaminando novos mosquitos e estes mosquitos por consequência, transmitindo a doença para outros cães ou seres humanos. Além disso, os cães sem sintoma clínico são um desafio maior para o veterinário conseguir fazer o diagnóstico, justamente por não apresentarem sintomas da doença. O animal é tão vítima da doença quanto as pessoas.

O diagnóstico clínico é muito difícil, pois é uma doença que pode ser confundida com praticamente todas as doenças que acometem os animais, porque basicamente as Leishmanias podem acometer qualquer órgão. O que normalmente chama muito a atenção são as alterações dermatológicas, que acontecem entre 50 a 90% dos animais sintomáticos. Quando eles vêm a óbito, normalmente é por conta de insuficiência renal. Quando ocorrem infecções simultâneas, complica-se tanto o diagnóstico quanto a conduta clínica, além de estas coinfecções potencializarem a progressão da doença. As infecções simultâneas mais comuns são por doenças transmitidas pelos carrapatos, vermes, dentre outras, ou seja, o controle em dia de endo e ectoparasitas é de extrema importância!

Como tratar a Leishmaniose?

O tratamento, assim como em humanos, apenas promove a cura clínica, não promovendo a eliminação completa dos parasitas, ou seja, o animal (e o humano) vai permanecer com a doença para sempre, mesmo sendo uma carga parasitária baixa. O medicamento consegue destruir parte das Leishmanias e isso permite que o organismo do cão ou do humano gere uma resposta imune adequada (predominantemente celular) e controle a infecção, mas se em algum momento acontecer uma queda de resistência/imunidade ou alguma doença importante, a Leishmaniose pode recidivar e o tratamento deverá ser instituído novamente.

A vacinação, por sua vez, não é preventiva, não impede que o animal contraia nem transmita a doença, ou seja mesmo animais vacinados devem fazer o uso de repelentes; a vacina deve ser um complemento ao uso da coleira.
Por não ter cura nem para os animais, nem para os seres humanos, e pelos animais sintomáticos, assintomáticos, ou mesmo os tratados e vacinados, serem reservatórios da doença e, segundo estudos, permanecerem com capacidade infectiva, a prevenção é a forma correta de controlar a doença; e o que é mais importante para prevenção efetiva da Leishmaniose nos animais é o uso de coleiras impregnadas com inseticidas.

Para efetivamente quebrar a cadeia de transmissão da doença, deve-se fazer além das medidas de controle direcionadas ao vetor (uso de inseticidas, saneamento básico, a educação/informação da população e a limpeza diária de matérias orgânicas – flores, folhas, frutos, dejetos de animais, etc – em quintais, terrenos, dentre outros), o uso de inseticidas no reservatório doméstico.

Dentre os produtos com inseticidas disponíveis, temos pipetas tópicas a base de permetrinas para aplicações a cada 3 ou 4 semanas e coleiras impregnadas com inseticidas, a base de Deltametrina ou Flumetrina, com durabilidade maior. Dentre as coleiras, dê preferência para produtos que tenham os testes com o vetor Brasileiro (coleira a base se Deltametrina a 4%), pois este é diferente dos vetores Europeus; e testes também em condições que mimetizam as encontradas a campo, e as condições encontradas no país onde o produto está sendo comercializado, pois assim saberá da efetividade real do produto no local onde se vive. Ainda, quando se encoleira cães com produtos efetivos, além da proteção do animal (diminuição da prevalência em cães), a proteção do ser humano (diminuição da incidência da doença no homem), segundo estudos brasileiros e mundiais, é consideravelmente alta.

Em resumo, o encoleiramento de cães é a chave para a prevenção e para o controle da disseminação da Leishmaniose. Seu animal é negativo e tu queres prevenir ele de contrair a doença? Coleira em dia, sempre! Seu animal tem a doença confirmada? Coleira em dia sempre, também!

Deixe sempre seu amigo com a coleira repelente de mosquitos e troque ela na frequência indicada pelo fabricante, só assim conseguiremos controlar esta doença que é uma das mais perigosas doenças tropicais negligenciadas no mundo!

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