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Leptospirose canina

Saúde Animal

A Leptospirose é uma zoonose (doença que pode ser transmitida do animal para o ser humano) de distribuição mundial que acomete os animais domésticos, silvestres e o ser humano. A doença é mais comum em climas quentes e úmidos e são endêmicas na maior parte dos trópicos. Em regiões de clima temperado a incidência maior é associada a períodos de chuva e enchentes. Basicamente todos os mamíferos são suscetíveis à Leptospirose embora algumas espécies sejam mais resistentes à doença.

A doença pode estar presente em alguns indivíduos e estes não manifestarem sinais clínicos, como é o caso de espécies selvagens, especialmente roedores. Existem as espécies que atuam como reservatório da infecção e são os principais responsáveis por disseminar a doença para um hospedeiro acidental (cão/ humano), aquele que pode manifestar a doença clinicamente. A infecção no hospedeiro acidental pode ser subclínica, mas também pode causar a doença de forma multi-sistêmica profunda quando envolve os sistemas hepático, renal e de coagulação.

A Leptospirose tem como agente etiológico bactérias do gênero Leptospira, que são mantidas no ambiente por animais reservatórios, especialmente roedores. No ambiente sobrevivem bem em terrenos úmidos, pântanos, córregos, lagos e estábulos com excesso de detritos e umidade. Multiplicam-se bem em pH neutro (7,2 – 7,4) e em temperaturas entre 10 e 34o C.

Já foram classificados 23 sorogrupos e, nesses sorogrupos, cerca de 220 sorovares. Os principais agentes causadores da leptospirose canina são o sorovar icterohaemorrhagiae e o sorovar canicola lembrando que o sorovar copenhageni, tem sido detectado cada vez mais no Brasil, tanto em cães quanto em humanos.

Os hospedeiros naturais ou acidentais adquirem a infecção quando entram em contato com as leptospiras no ambiente através das mucosas, pele lesada ou contato prolongado com a água contaminada. Há relatos de maior incidência da doença nos períodos mais quentes do ano e épocas de chuva.

As leptospiras promovem de forma rápida uma infecção sistêmica, se multiplicando em diversos tecidos como rim, baço, fígado, sistema nervoso central, olhos e trato genital.

A manifestação clínica do indivíduo infectado vai depender de sua resposta imunológica frente à infecção e o sorovar infectante. Em geral, na fase aguda são observados perda de apetite, vômito, apatia, febre, dor abdominal, dificuldade respiratória, icterícia (mucosas e pele amarelados), diminuição ou ausência da produção de urina e alterações oculares (uveíte).

No cão duas formas clássicas de leptospirose são bastante conhecidas:

  1. Forma ictérica, causada pelas leptospiras do grupo icterohaemorrhagiae: o animal apresenta icterícia – coloração amarela dos tecidos (mucosas e pele) – e onde há também comprometimento renal. A doença nesses casos é de evolução aguda, ou seja, bastante rápida, principalmente em cães jovens, levando-os a óbito em poucos dias. O principal sintoma que chama a atenção de proprietários e veterinários é a icterícia.
  2. Comprometimento renal, causada mais comumente pelo sorovar canicola: resulta em insuficiência renal e uremia, sem o aparecimento de icterícia. O quadro clínico evolui com mais lentidão e os sinais clínicos mais comuns são vômitos, diarréia, úlceras na cavidade oral e necrose de língua nos casos mais avançados. A infecção também pode estar presente de forma inaparente.